Ely Vieitez Lisboa



















Poema – 3 


Ah, Senhor meu
Entra que a casa é tua
E eu, escrava apenas
Jamais senhora.
Quero te descalçar as sandálias
Ungir-te os pés com doces óleos
Enxugá-los com meus cabelos
Colocar-te a branca rede
Para que teu corpo manso
Me espere, tenro favo
Praia de perfumes e doçuras.
Eu me deitarei ao teu lado
Trêmula caça amestrada
Pelas tuas mãos, teus dedos
Que pousarão sobre mim
Mapeando-me o corpo, o sexo
Puxando-me contra ti
Para, de novo, o céu me seja dado
E me abra em delta
Misturando-me em tuas águas
No teu mar de vida minha…
Ah, Senhor meu!








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