Teresa Teixeira








se de gotas me sustento

molho um beijo nos teus lábios

e sabes-me a águas que não conheço

tenho sede

tenho sede

e dessa sede vivo

quando peço:

aproxima de mim esse cálice

que quero morrer por ti.








Miradouro

Há um rio

na minha margem da terra

que me leva à outra margem

de mim:

ouro em fio

visto do alto da serra

que justifica a nascente

donde vim.









Noivam-me os instantes


Acendem as manhãs 
pedaços de orvalhos
que me roçam lírios
frios
na espera das minhas mãos
onde guardo cálices de sol 
ardente.

(Pedaços de instantes
vivos
que me transportam
nas veias 
ânsias de chegadas novas, 
rastos de viagens
candentes.)

Rubros sãos enleios
ainda me movem
em elipses de sentimento
à fina flor de sê-lo.
E o momento pára,
espera-me,
em cumplicidade de noivo
prometido...





1 comentário:

Teresa Teixeira disse...

Oh, minha querida... às coisas melhores cá na vida nunca agradecemos como deveríamos... Um grande, grande beijinho. Senti-me, agora, tão pequenina.... tão pequenina, para o abraço que agora quis dar.